A produção de um mapa é o processo de dispor os seus elementos numa “folha de papel” de modo a que, mesmo sem uma descrição, um utilizador médio pode entender o seu conteúdo. Os mapas são usualmente produzidos para apresentações e relatórios onde a audiência ou leitor é um político, cidadão ou aluno sem bases em SIG. Assim sendo, um mapa terá que ser eficiente na comunicação de informação espacial, Elementos comuns de um mapa são o título, corpo, legenda, rosa-dos-ventos, escala gráfica, agradecimentos, e limites do mapa (ver figure_map_elements).
Podem ser adicionados outros elementos, tais como uma gratícula, ou o nome da projeção do mapa (CRS). Juntos, estes elementos ajudam o leitor do mapa a interpretar a informação presente no mapa. O corpo do mapa é a parte mais importante do mapa, uma vez que contém a informação do mapa. Os outros elementos facilitam o processo de comunicação e ajudam o leitor do mapa a orientar-se a ele próprio e a compreender o assunto do mapa. Por exemplo, o título descreve o assunto e a legenda relaciona os símbolos do mapa com a informação representada.
O título do mapa é muito importtante, porque geralmente é a primeira coisa para onde um leitor vai olhar num mapa. É comparável ao título num jornal. Deve ser curto, mas dar dar ao leitor uma primeira ideia daquelo que representa.
A fronteira do mapa é uma linha que define exactamente as margens da área mostrada no mapa. Ao imprimir um mapa com uma grelha (que descrevemos mais abaixo), muitas vezes pode encontrar as informações das coordenadas das linhas da grelha ao longo das linhas da margem, como você pode ver na figure_map_legend.
Um mapa é uma representação simplificada do mundo real, e os símbolos do mapa* são utilizados para representar objetos reais. Sem símbolos, não podemos comprrender os mapas. Para assegurar que uma pessoa compreende o mapa corretamente, a legenda do mapa é utilizada para fornecer uma chave para todos os símbolos utilizados no mapa. A legenda de um mapa é geralmente representada numa pequena caixa num cato do mapa. Contém ícones, cada um dos quais a representar um tipo de elemento. Por exemplo, o ícone de uma casa irá mostrar-te como identificar casas no mapa (ver figure_map_legend).
Também poderá usar diferentes símbolos e ícones na sua lenda para mostrar diferentes temas. Em figure_map_legend poderá ver um mapa com um lago na luz sobreposta azul com linhas de contorno e pontos cotados para mostrar informações sobre o terreno nessa área. No lado direito vê a mesma área com um lago no fundo, mas este mapa é tem como objectivo mostrar aos turistas a localização de casas que podem alugar para as suas férias. Ele usa cores mais brilhantes, um ícone para as casas e palavras mais descritivas e convidativas na legenda.
A seta no norte (por vezes chamado de rosa dos ventos) é uma figura que mostra as principais direções Norte, Sul, Este e Oeste. Num mapa é utilizado para indicar a direção do Norte.
Por exemplo, isto significa que uma casa que está localizada a norte de um lago, num mapa, esta pode ser encontrada acima do lago.
A escala do mapa é o valor de um unidade de distância no mapa, e representa a distância no mundo real. Os valores são expressados na unidade do mapa (metros, pés ou graus). A escala pode ser representada de várias formas, como por exemplo em escala numérica, como uma razão, ou como uma barra de escala gráfica (ver figure_map_scale).
Para expressar a escala numérica é um método utilizado com frequência e tema vantagem de ser facilmente compreendida pela maior parte dos utilizadores do mapa. Pode ver um exemplo de escala numérica em figure_map_scale (a). Outra opção é o método de fração representativa (FR), onde tanto a distância no mapa como no mundo real são dados na mesma unidade do mapa, como uma razão. Por exemplo, um valor de 1:25 000 numa FR significa que uma distância no mapa é 1/25 000º parte da distância na vida real (ver figure_map_scale (b)). O valor 25 000 na razão é chamaos de denominador da escala. Os utilizadores mais experientes preferem com frequência o métodos da fração representativa, uma vez que reduz a confusão.
Quando uma fração representativa se expressa numa razão muito pequena, por exemplo 1:1000 000, chama-se de mapa de escala pequena. Pelo contrário, se a razão é muito grande, por exemplo um mapa 1:50 000, é chamado de mapa de grande escala. É útil relembrar que uma mapa de escapa pequena cobre uma área grande e um mapa de grande escala cobre uma área pequena.
A expressão da escala como gráfica ou barra de escala é outro método básico de expressar uma escala. A escala mostra como distâncias medidas no mapa. A distância equivalente no mundo real está escrita acima da barra, como se pode ver em figure_map_scale (c).
Os mapas são geralmente produzidos a escalas normalizada, como por exemplo, 1:10 000, 1:25 000, 1:50 000, 1:100 000, 1:250 000 e 1:500 000. O que significa isto para o leitor do mapa? significa que se multiplicar a distância medida no mapa pelo denominador de escala, vai saber a distância no mundo real.
Por exemplo, se medirmos a distância de 100 mm num mapa com uma escala de 1:25 000, iremos calcular a distância desta forma:
100 mm x 25,000 = 2,500,000 mm
Isto significa que 100 mm no mapa é equivalente a 2500 000 mm (2 500 m) no mundo real.
Outro aspeto interessante da escala do mapa, é que quanto mais baixo for o alor da escala, maior detalhe terá a informação do mapa. Em figure_map_scale_compare, pode distinguir um exemplo disto. Ambos os mapa têm o mesmo tamanho, mas têm diferentes escalas. A imagem à esquerda tem mais detalhe, por exemplo as casas a sudoeste do corpo de água podem ser facilmente identificadas como quadrados separados. Na imagem à direta, só pode ver um agregado de rectângulos e não pode idenfiticar as casas com facilidade.
Na área do mapa com os agradecimentos é possível adicionar informação importante. Por exemplo, informação sobre a qualidade dos dados usados pode ser útil para dar ao leitor uma ideia sobre os detalhes, tais como por quem e onde foi criado o mapa. Se reparar no mapa topográfico da sua localidade, pode ser útil saber quando foi criado e quem o fez. Se o mapa já tem 50 anos de idade, provavelmente vai encontrar muitas casas e estradas que já não existem, e talvez nunca tenham existido. Se souber que o mapa foi criado por uma instituição oficial, pode contactá-los e perguntar se têm uma versão atual do mapa com informação atualizada.
A gratícula é uma rede de linha sobreposta no mapa para tornar a orientação espacial mais fácil para o leitor. As linhas podem ser utilizadas como referência. Por exemplo, as linhas de uma gratícula pode representar os paralelos terrestres de latitude e os pridianos da longitude. Quando pretender referir-se a uma área em específico no mapa durante a sua apresentação ou num relatório pode dizer: ‘as casas próximas da latitude 26.04 / longitude -32.11 são frequentemente expostas a inundações em Janeiro e Fevereiro (ver figure_map_graticule).
A projeção do mapa tenta representar a Terra tridimensional com todos os seus elementos como casas, estradas ou lagos numa folha de papel plana. Como pode imaginar, isto é muito difícil e mesmo após centenas de anos ainda não existe uma única projeção que possa representar a Terra na perfeição para qualquer área do globo. Cada projeção tem vantagens e desvantagens.
Para que seja possível criar mapas tão precisos quanto possível, as pessoas estudaram, modificarame produziram diferentes tipos de projeções. Por fim fim, quase todos os países desenvolveram a sua própria projeção cartográfica, com o objetivo de melhorar a precisão dos mapas na sua área territorial (ver figure_map_projection).
Com isto em mente, podemos comprrender porque faz sentido adicionar o nome da projeção a um mapa. Permite ao leitor perceber rapidademente se um mapa pode ser comparado com outro. Por exemplo, os elementos num mapa com uma projeção de equiareal é muito diferente de elementos projetados numa projeção cilíndrica equidistante (ver figure_map_projection).
A projeção cartográfica é um tópico muito complexo e não o podemos cobrir por completo aqui. Pode consultar o tópico anterior: Sistemas de Referência de Coordenadas se pretender saber mais sobre o assunto.
Por vezes é difícil criar um mapa que seja fácil de entender e bem definido, e que apresente e explique todas as informações que o leitor precisa saber. Para conseguir isso, precisa criar uma organização e composição com todos os elementos do mapa. Deverá concentrar-se na história que quer contar com o seu mapa e como os elementos, tais como a legenda, barra de escala e como devem ser ordenados. Ao fazer isso, vai ter um mapa bem desenhado e educacional, que as pessoas gostariam de ver e serem capazes de entender.
Vamos terminar o que abrangemos nesta ficha de trabalho
Fazer um mapa significa organizar os elementos do mapa numa folha de papel.
Os elementos do mapa são o título, o mapa, o limite do mapa, a legenda, a escala, a seta do norte e a informação complementar.
A escala representa a razão da distância no mapa com a distância real no terreno.
A escala é representada nas unidades do mapa (metros, pés ou graus)
Uma legenda explica todos os símbolos do mapa.
Um mapa deve explicar informação complexa de forma tão simples quanto possível.
Geralmente os mapas são representados com ‘orientação para Norte‘.
Aqui estão algumas ideias para experimentar com os seus alunos
Carregue algumas camadas vetoriais no seu SIG para a sua área local. Veja se os seus alunos conseguem identificar exemplos de diferentes elementos da legenda tais como tipos de estrada ou edifícios. Crie uma lista dos elementos da legenda e defina o símbolo apropriado, para o que leitor possa perceber facilmente o seu significado no mapa.
Se não tem um computador disponível, pode utilizar qualquer mapa tolográfico e discutir a aparência do mapa com os seus alunos. Perceba se eles compreendem o que o mapa pretende dizer. O que pode ser melhorado? Com que precisão é que o mapa representa a história da área? Como é que um mapa de há 100 anos atrás difere do mesmo mapa atualmente?
Livros:
Chang, Kang-Tsung (2006). Introduction to Geographic Information Systems. 3ª Edição. McGraw Hill. ISBN: 0070658986
DeMers, Michael N. (2005). Fundamentals of Geographic Information Systems. 3ª Edição. Wiley. ISBN: 9814126195
Páginas web:
O Guia do Utilizador do QGIS também tem informações mais detalhadas sobre a produção de mapas no QGIS
Na área seguinte, teremos uma visão aproximada da análise de vetores para ver como podemos utilizar um SIG para mais do que apenas fazer mapas com uma boa aparência!